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João Onofre
Nascimento

1976 (43 anos)
Lisboa
Ocupação
artista plástico

[edite no Wikidata]


João Onofre (Lisboa, 29 de Janeiro de 1976) é um artista visual português. Considerado um dos mais relevantes da geração de artistas que emergiu em Portugal no início da primeira década do século XXI,[1] prossegue uma prática de génese conceptual que abarca múltiplos media como a fotografia, o desenho, a instalação e destaca-se, sobretudo, na video art e performance. Expõe regularmente desde 2000 e o seu trabalho é objecto de um amplo reconhecimento mundial, participando em diversas exposições internacionais.[2] Vive e trabalha em Lisboa.




Índice






  • 1 Vida e Obra


  • 2 Colecções


  • 3 Ligações externas


  • 4 Referências





Vida e Obra |


Estudou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e no Goldsmiths College em Londres. Além da sua actividade artística regular, foi professor na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona e actualmente integra o corpo docente do curso de Arte Multimédia da FBAUL.


Realizou a sua primeira exposição individual em 2001 na I-20 Gallery em Nova Iorque, onde apresentou Casting, 2000 e Instrumental Version, 2001. Dois vídeos que mostram grupos de pessoas - o primeiro modelos publicitários e o segundo um coro de música de câmara, cujos elementos se esforçam por desempenhar individualmente e da melhor forma possível as tarefas repetitivas que lhes foram delegadas pelo artista, acção que no final os volta a reunir enquanto grupo.[3] No mesmo ano é convidado para a exposição internacional Plateau of Humankind comissariada por Harald Szeemann na 49ª Bienal de Veneza. Em 2002 apresenta-se novamente a solo no MoMa/P.S.1 em Nova Iorque, na Galeria Toni Tàpies em Barcelona, na Ileana Tounta Gallery em Atenas, no Programa Art Center na Cidade do México e no Herzliya Museum of Art em Tel Aviv.


O atelier do artista


Entre 2002 e 2004, Onofre dirige uma série de trabalhos a partir do seu atelier, então localizado no Largo de São Paulo em Lisboa. Com a escolha deste local para a rodagem de Believe (levitation in the studio) e Untitled (vulture in the studio) ambos de 2002, Catriona Shaw sings Baldessari sings LeWitt re-edit Like a Virgin extended version, 2003 e Making of e Leap into the Street (boombox travelling), 2004, Onofre reitera a visão de Bruce Nauman que define o atelier do artista ou o "artist’s studio" como o espaço primordial à prática e experimentação artística: "If I was an artist and I was in the studio, then whatever I was doing in the studio must be art. At this point art became more of an activity and less of a product".[4]


Referências sonoras e música pop


A iteração com os universos do cinema, teatro, dança, moda e arquitectura é comum no trabalho de Onofre, mas são as referências sonoras e em especial a música pop que cunham de forma quase transversal a sua obra. O artista mixa e reinterpreta temas musicais específicos, apropria-se de interpretes e até dos próprios músicos ou compositores, para formar "(…) um corpo de obras que lidam com os signos, a interpretação e a experiência da música pop. Abordam questões diferentes mas, admite o artista, "se um dia alguém fizer uma antológica do [seu] trabalho, pode perfeitamente organizar um núcleo à volta desse tema"".[5]


O vídeo Untitled (Leveling a spirit level in free fall feat. Dorit Chrysler's BBGV dub), 2009, mostra as cinco melhores tentativas de nivelar uma régua de nível, executadas ao longo de um dia, por um para-quedista em queda livre. O som que se ouve consiste numa interpretação do tema Good Vibrations dos The Beach Boys, adaptado para Teremim por Dorit Chrysler, compositora que em 2011 interpretou este mesmo tema ao vivo no contexto da exposição individual de João Onofre[6] no Palais de Tokyo em Paris. Em Untitled (Original orchestrated ersatz light version), 2010-2011, é o próprio artista que sobe ao palco para interpretar ao vivo e em dueto com Adelaide Ferreira o conhecido tema da cantora Dava Tudo, 1989, acompanhados por uma orquestra sinfónica dirigida pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo.


Bandas e músicos como os Kraftwerk em Instrumental version, 2001, Will Oldham e Johnny Cash em Untitled (I see a darkness), 2007, Adolfo Luxúria Canibal em Untitled (мій голос), 2011, John Cage em Tacet, 2014 e Norberto Lobo em VOX, 2015, juntam-se ao referencial explorado pelo artista através da imagem em movimento. Contudo, a música está também presente na obra de Onofre em objectos, performances e instalações, entre as quais Box sized DIE featuring…, 2007..., um cubo de aço de 183x183cm, influenciado e com dimensões idênticas à escultura Die (1962) de Tony Smith, o pioneiro do minimalismo. A escultura de Onofre ganha vida a cada nova performance com a atuação de uma banda de Death Metal, sempre oriunda do país ou cidade onde o trabalho é apresentado. Após a entrada da banda, o cubo à prova de som é hermeticamente fechado e a duração da performance é inteiramente variável de acordo com o tempo que os seus ocupantes demoram a consumir o oxigénio disponível no seu interior.[7] Uma vez ativado, este trabalho oferece um espetáculo invisível e contido num espaço fechado. Apenas os ténues resíduos das vibrações provindas do interior do cubo fazem prova da atuação.[8]


Box sized DIE featuring…, 2007... passou por vários países e foi apresentada em locais como o Palais de Tokyo em Paris, Museu d'Art Contemporani (MACBA) em Barcelona, Art Basel na Suíça e Sculpture in The City em Londres. Estreou-se em 2007 em Portugal, na galeria Cristina Guerra Contemporary Art com a atuação dos Sacred Sin e por esta performance de resistência já passaram também as bandas Darken (2008) na cidade de Basel, em 2010 Gorod em Bordeaux, Vidres A La Sang em Barcelona e Konkhra em Copenhaga, No Return (2011) em Paris, Serial Butcher (2012-13) em Aalst, Holocausto Canibal (2013-14) no Porto, Unfathomable Ruination (2014) em Londres. No contexto da exposição PUNK. Sus rastros en el arte contemporáneo, actuaram em 2015 os Avulsed e Sorgerth, respectivamente no Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M) em Madrid e no Artium[1]] em Vitoria-Gasteiz, em 2016 os Caustic no Barcelona Museum of Contemporary Art (MACBA).



Colecções |


O trabalho de João Onofre está representado em inúmeras colecções públicas e privadas, tais como: Museum of Contemporary Art, Chicago; Albright-Knox Gallery, Nova Iorque; Mildred Lane Kemper Art Museum, St. Louis; Museo Jumex, Cidade do México; Centre Georges Pompidou, Paris; Centre National des Arts Plastiques, Ministère de Culture, Paris; The Weltkunst Foundation, Zurique; Fundación Bancaria ”la Caixa”, Barcelona; Fundación Marcelino Botín, Santander; MEIAC - Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; MUSAC - Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León, Léon; GAM – Galeria D’Arte moderna e contenporanea, Turim; Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim; Fundação de Serralves, Porto; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; MNAC – Museu do Chiado, Lisboa; MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa; Fundação Luso-Americana (FLAD), Lisboa; Coleção António Cachola, Elvas.



Ligações externas |



  • Site oficial João Onofre

  • Instituto Camões - João Onofre

  • Coleção António Cachola - João Onofre

  • Fundación Bancaria "la Caixa" - João Onofre

  • Projecto MAP - João Onofre

  • Revista Contemporânea - João Onofre, 2015

  • Wall Street International - "João Onofre. Tacet", 2014

  • Umbigo Magazine - "Nunca se pode controlar totalmente o fogo...", Tacet, 2014

  • Porta33 - "João Onofre - VÍDEO: um formato documental expandido", 2013

  • Artecapital - "João Onofre | Ghost", 2012

  • El Cultural - João Onofre: "El arte contemporáneo no es cómplice la banalización de la cultura", 2011

  • 5Dias.net - "Queda livre – João Onofre em Coimbra", 2010

  • El Cultural - "João Onofre. Vanitas contemporáneas", 2007

  • A-Desk - "Playing Myself", Sobre João Onofre en la Galería Toni Tàpies, Barcelona, 2007

  • Dardo Magazine - "Algunas observaciones de índole discursivo y conceptual a partir de tres vídeos de João Onofre", 2006

  • Artforum - "João Onofre at Centro Galego de Arte Contemporanea", 2004

  • Público - "Duas gerações de videoarte em Portugal: João Onofre e Julião Sarmento", 2003



Referências




  1. Melo, Alexandre (2007). «A Primeira Década». Arte e Artistas e Portugal. Instituto Camões 


  2. Onofre, João (2003). Nothing will go wrong. [S.l.]: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC) 


  3. «João Onofre». I-20. 2001 


  4. Morgan, Robert C. (2002). Bruce Nauman. [S.l.]: The Johns Hopkins University Press. 122 páginas 


  5. Marmeleira, José (18 de Dezembro de 2012). «O poema negro de João Onofre». Público 


  6. «JOÃO ONOFRE / PROJET SPÉCIAL». Palais de Tokyo. 4 de Março de 2011 


  7. Jones, Jonathan (3 de Julho de 2014). «Death trap: why a metal band are suffocating in a box as art». The Guardian 


  8. «Art installation by Portuguese artist Joao Onofre features death metal group in a box». artdaily 










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