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O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas [1], foi uma tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de Março de 1974, em Portugal.


O golpe foi descrito pelo "capitão de Abril" Garcia dos Santos como "uma tentativa de avançar com o golpe que não foi devidamente preparada"[1], tendo sido precursor da Revolução de 25 de Abril seguinte, que derrubou o regime ditatorial do Estado Novo Português. É referido, por vários autores, como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do Movimento das Forças Armadas (MFA).[carece de fontes?]


Entre os instigadores encontravam-se o coronel Ferreira da Silva e o capitão Virgílio Varela.[2][3]



História |


Antes deste levantamento, dois acontecimentos galvanizaram as movimentações que viriam a derrubar a ditadura. A insatisfação, entre as Forças Armadas Portuguesas, com a Guerra Colonial, nomeadamente quando os oficiais de carreira do exército se sentiram alienados por uma medida, de meados de 1973, do governo português ligada à comissão de oficiais milícianos para o serviço nas guerras coloniais.[4]


O segundo acontecimento foi a publicação, a 22 de fevereiro de 1974, da obra Portugal e o Futuro, do general António de Spínola, onde este defende que a solução para a guerra colonial deveria ser política e não militar, a negociação de uma autonomia para as colónias e uma alternativa à liderança de Marcelo Caetano.[4]


Mais tarde, a 5 de março ocorre a reunião da Comissão Coordenadora do MFA. Foi lido, e decidido pôr a circular no seio do Movimento dos Capitães, o primeiro documento do Movimento contra o regime e a Guerra Colonial. Intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elaborado pelo major Ernesto Melo Antunes.[carece de fontes?]


No mesmo mês, a 14, o governo de Marcelo Caetano demite os Generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes respectivamente dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.[carece de fontes?]


Desse modo, a 16 de março e como o capitão Armando Marques Ramos, que não pertencia ao Regimento, chegou de Lisboa, com a indicação de que havia ordem do Movimento para que se avançasse de imediato e apesar de originalmente estar prevista a participação de outras unidades militares, apenas o Regimento de Infantaria N.º 5, das Caldas da Rainha, avançou para Lisboa, sob o comando do capitão Piedade Faria. Isolado, o seu avanço foi sustado por unidades leais ao regime, já às portas de Lisboa, sem derramamento de sangue.[carece de fontes?]


Cerca de 200 homens, entre oficiais, sargentos e praças, foram detidos. Os oficiais, encarcerados na Casa de Reclusão da Trafaria e no Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS), foram libertados no dia 25 de Abril.



Referências




  1. ab Ana Sá Lopes e Luís Rosa (24 de abril de 2012). «Garcia dos Santos. "Ainda convivemos com a pesada herança do passado"». Jornal i. Consultado em 19 de setembro de 2012. Arquivado do original em 27 de abril de 2012 


  2. Mário Lopes (20 de Março de 2007). «Fernando Rosas: golpe militar de 16 de Março revelou a fraqueza do regime». Tinta Fresca. Consultado em 14 de abril de 2017 


  3. Carlos Cipriano (13 de Abril de 2017). «Morreu Virgílio Varela, um dos operacionais do 16 de Março». Gazeta das Caldas. Consultado em 14 de abril de 2017 


  4. ab Douglas Lanphier Wheeler. «Portugal since 1974 : The Revolution of the Carnations» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 14 de abril de 2017 



Ligações externas |



  • Do fim e dos homens: o ponto de vista dos militares sobre os últimos meses do Estado Novo de Joana de Matos Tornada (Imprensa da Universidade de Coimbra)




  • Portal da história
  • Portal de Portugal
  • Portal da guerra




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