Sinfonia n.° 11 (Shostakovich) Índice Estrutura | Instrumentação | Visão Geral | Citações |...


Composições de 1957Composições em sol menorSinfonias de Shostakovich


Dmitri ShostakovichNatan RakhlinRevolução Russa de 1905União SoviéticaLondresRoyal Festival HallOrquestra Sinfônica da BBCLeopold StokowskiPrêmio LeninDoutrina ZhdanovComité Central do Partido Comunista da União SoviéticaJosef StalinMolotovMalenkovBeriaDomingo SangrentoCalendário julianoSão PetersburgoPalácio de InvernoflautasflautinscaixastrombonetubaglissandosbumboTímpanotam-tamcorne inglêsclarinete baixocarrilhão de orquestraeventos de 1917Revolução Russa de 1905GulagRevolução Húngara de 1956réquiemGrande ExpurgoJosef StalinRevolução de Outubro de 1917Revolução Russa de 1905Partido Comunista da União SoviéticaSerguei EisensteinBoris PasternakRevolução Russa de 1905Calendário julianoCalendário gregorianoAgitpropRevolução Húngara de 1956MussorgskianaDomingo SangrentoIntelligentsiaNicolau IITsarséculo XIXNarodnik Pyotr Tkachev




A Sinfonia n.° 11 em sol menor (Opus 103; " O ano de 1905") de Dmitri Shostakovich foi escrita em 1957 e em 30 de outubro do mesmo ano, estreou com Natan Rakhlin regendo a Orquestra Sinfônica da URSS. O subtítulo desta sinfonia se refere aos eventos da Revolução Russa de 1905. A primeira apresentação fora da União Soviética ocorreu em Londres no Royal Festival Hall com a Orquestra Sinfônica da BBC. Em 7 de abril de 1958, na estreia em solo americano, a Orquestra Sinfônica de Houston foi regida por Leopold Stokowski.


A sinfonia se tornou uma peça popular e conquistou sucesso instantâneo na Russia. Era o melhor trabalho de Shostakovich desde a Sinfonia de Leningrado que havia estreado quinze anos antes[1] O sucesso da obra, assim como a obtenção de um Prêmio Lenin em abril de 1958, marcaram sua reabilitação da Doutrina Zhdanov de 1948.


Um mês após receber o Prêmio Lênin, uma resolução do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética "consertando os erros" restaurou todos aqueles afetados pela ordem oficial, culpando o tratamento "pela subjetiva atitude de Josef Stalin para certos trabalhos e a adversa influência que Stalin exerceu sobre Molotov, Malenkov e Beria.[2]




Índice






  • 1 Estrutura


    • 1.1 1. Adágio (A praça do palácio)


    • 1.2 2. Alegro (O 9 de janeiro)


    • 1.3 3.Adágio (Memória Eterna)


    • 1.4 4. Allegro ma non troppo (Alarme)




  • 2 Instrumentação


  • 3 Visão Geral


    • 3.1 Composição


    • 3.2 Réquiem para uma geração?


    • 3.3 A sinfonia mais "Mussorgskiana"




  • 4 Citações





Estrutura |


A sinfonia possui quatro movimentos, tocados sem pausa, que somados, duram cerca de uma hora.



1. Adágio (A praça do palácio) |




Manifestantes a caminho do Palácio de Inverno


O primeiro movimento é frio, quieto e um pouco ameaçador, a família das cordas, soa transparente e distante, e os tímpanos macabros. Isso fica ainda mais nítido quando os metais parecem estar a uma grande distância.



2. Alegro (O 9 de janeiro) |


O segundo movimento, refere-se aos eventos do Domingo Sangrento, e é dividido em duas partes. A primeira parte retrata os manifestantes de 22 de Janeiro de 1905 (9 de janeiro, no Calendário juliano), na cidade de São Petersburgo, na qual multidões desciam para o Palácio de Inverno para protestar sobre a crescente ineficiência do governo, corrupção, e seus métodos. A primeira parte é caótica e constantemente avança, criando dois clímaces, então, recua para uma melodia calma, profunda e fria, prolongando melodias das flautas e dos flautins, novamente, destacando os metais com um som distante,


Toda a orquestra, começa uma acelerada marcha, um estouro nas caixas se assemelha a tiros de armas de fogo, e a fuga tocada pelas cordas, se assemelha as tropas descendo sobre a multidão. Isso acaba com uma intensa e implacável melodia tocada pelas cordas, o trombone e a tuba realizam glissandos causando um som nauseante sob o pânico e o avanço das tropas na multidão. Então em uma melodia mecânica e repetitiva os bumbos, Tímpano, e um solo de tam-tam antes de todos os instrumentos de percussão se interromperem de uma só vez. Uma seção que lembra o primeiro movimento é tocada.





3.Adágio (Memória Eterna) |


O primeiro movimento lamenta a violência, baseado em uma marcha fúnebre ("Você se sente como uma vítima"). Aproximando-se do final, mais uma explosão, onde o tema do segundo tema é representado.



4. Allegro ma non troppo (Alarme) |


O final se inicia com uma marcha, (novamente repetindo o tema do clímax do segundo movimento), que chega em um clímax violente, seguido do silêncio da abertura da sinfonia, apresentando uma melodia assombrosa do corne inglês. Após o solo, o clarinete baixo retorna a violência de antes, e a orquestra se lança em uma marcha novamente. A marcha cria um clímax com a caixa e o carrilhão de orquestra no qual o tocsin (sino de emergência) toca uma forte melodia em sol menor, enquanto toca em em sol maior. No final, nenhuma das partes se sobressai, com a orquestra tocando um sol natural, antecipando os eventos de 1917.


Esta sinfonia é as vezes descrita como "um tema de filme sem o filme". De fato as imagens musicais possuem um e simplicidade incomum até mesmo para Shostakovich, o compositor épico. Muitos dessas peças são do século XIX, outras do ano 1905. Shosakovich não meramente citou esses sons; ele os integrou na sinfonia no seu modo de compor. Ele usa o material popular como uma marca de sua técnica. Contudo, deu a sinfonia um forte ênfase na tonalidade e geralmente acessível no idioma musical.[3]


Elas também eram músicas conhecidas pelo compositor. Sua família as conhecia e cantava para ele quando ele era menor.[4]



Instrumentação |




Uma fileira de soldados armados confrontando manifestantes pacíficos no palácio de inverno em São Petersburgo; Do filme de propagando soviético "9 de janeiro" (1925)



  • 3 Flautas e 1 Flautim

  • 3 Oboés e 1 Corne inglês

  • 3 Clarinetes e 1 Clarinete baixo

  • 3 fagotes e 1 Contrafagote

  • 4 trompas

  • 3 Trompetes

  • 3 Trombones

  • Tuba

  • Tímpanos

  • Triângulo

  • Caixa

  • Pratos

  • Bumbo

  • Tantã

  • Xilofone

  • Carrilhão de orquestra

  • 2 harpas

  • Celesta

  • Cordas



Visão Geral |



Composição |


Shostakovich originalmente tinha a intenção de que sua 11° sinfonia fosse uma comemoração de 50 anos da Revolução Russa de 1905 e publicaria ela em 1955. Porém fatores pessoais o mantiveram sem compor até 1957. Esses fatores incluem a morte de sua mãe, seu tumultuoso segundo casamento e a chegada de amigos recém libertos da Gulag. Talvez a Revolução Húngara de 1956 despertou Shostakovich e este voltou a compor a sua sinfonia[5]



Réquiem para uma geração? |


Segundo o genro do compositor, Yevgeny Chukovsky, o título original desta sinfonia não seria "1905" e si "1906", ano de nascimento do compositor. Isso tem sugerido a vários críticos que a 11° Sinfonia não seria um réquiem apenas para Shostakovich e sim para toda sua geração. As provações que a geração do compositor sofreu foram sem precedentes na história russa - Duas guerras mundiais, uma guerra civil, uma guerra civil, duas revoluções e os horrores do coletivismo forçado e o Grande Expurgo de Stalin por anos. A única coisa que livrou a geração de Shostakovich de um segundo expurgo foi a própria morte de Josef Stalin em 1953.[6]


Do mesmo modo, os mesmo críticos sugerem que a ideia da sinfonia falar sobre uma geração, não contradiz com seu tema oficial, uma revolução. Ao contrário da Revolução de Outubro de 1917, a Revolução Russa de 1905 não foi politizada pelo Partido Comunista da União Soviética, ou seja, não perdeu sua aura aos olhos das gerações posteriores. Por essa aura, o espírito de luta por uma causa justa inspirou diversos autores a falarem sobre aquele período, como Encouraçado Potemkin de Serguei Eisenstein, ou os poemas narrativos de Boris Pasternak assim como a Sinfonia de Shostakovich.[7]


O título, O ano 1905, remonta ao início da primeira Revolução Russa de 1905, que foi parcialmente iniciado pelos eventos em 9 de Janeiro (9 de janeiro seguindo o Calendário juliano, já no Calendário gregoriano corresponde ao dia 22 de Janeiro) daquele ano. Muitas cidades ocidentais caracterizaram a sinfonia como "música para filmes"- em outras palavras, como um grande e crescente Agitprop[1] Atualmente, muitos consideram que a obra é muito mais reflexiva, que olha para a história russa como um todo, do ponto de vista russo de 1957, quatro anos após a morte de Stalin. Outra interpretação comum é que a sinfonia é a resposta para a Revolução Húngara de 1956; A sinfonia foi composta logo após a revolução. Sua viúva, Irina, disse que ele tinha "algo em mente" durante a composição[8]



A sinfonia mais "Mussorgskiana" |


Shostakovich considerou essa sinfonia como sua sinfonia mais Mussorgskiana. Mussorgsky para ele simboliza duas coisas - o povo e recorrência. Ele escreveu sobre as pessoas que sofreram no Domingo Sangrento: "As pessoas, basicamente, estão destinadas a sofrer nas mãos de autocratas indiferentes; eles irão periodicamente protestar em nome da humanidade apenas para serem traídos ou punidos"[9] O compositor teria dito a Solomon Volkov, "Eu gostaria de mostrar essa recorrência na 11° Sinfonia... é sobre o povo que parou de acreditar pois o copo do mal transbordou."[10] Enquanto essa passagem pode ter parecido absurdo quando foi publicada no livro Testemunha, especialmente no contexto de ligar a sinfonia a Revolução Húngara, o conceito de recorrência é alegadamente como aquele que vem sendo o central para os artistas russos após esse evento e teve um grande significado entre a Intelligentsia na Rússia.[11]


As citações as músicas revolucionários na obra podem ter muitas interpretações: O primeiro movimento, faz alusão a um som, "Slushay!" ("Ouça!") com o texto "A noite de outono é... negra como a consciência de um tirano", enquanto o último movimente refere a uma incluindo a frase "vergonha de seus tiranos". Volkov compara esse movimento com uma justaposição de músicas revolucionárias (notavelmente a música de Varshavianska) para uma produção cinematográfica, enquanto cita a descrição de Anna Akhmatova do movimento "pássaros brancos contra o céu escuro".


Muitos argumentaram que a inclusão desses sons na sinfonia, deixam mais explícitos as reais consequências e os eventos que estão sendo retratados- Ou seja, se o Tsar Nicolau II tivesse ouvido aos pedidos de seu povo, talvez não haveria tantos protestos e talvez não haveria uma revolução 12 anos depois.[12] Não ouvindo, as consequências que o Tsar sofre são retratadas no fim da sinfonia. Portanto, no esquema para a sinfonia, negação ao povo, meramente incita a violência e um ciclo de recorrência. Firmando essa mensagem está o subtítulo do último movimento "Nabat" ("alarme" ou "tambor de alarme). Nabat também foi o nome de uma resenha do século XIX escrita por Narodnik Pyotr Tkachev, que foi famoso por dizer que nada, por mais imoral que fosse, era proibido a um verdadeiro revolucionário. Tkachev defendia que a revolução deveria ser levada a cabo por um pequeno e motivado partido, que deveria usar todos os meios necessários, em vez das próprias pessoas[13]



Citações |




  1. ab Macdonald, Ian. The New Shostakovich. [S.l.: s.n.] 214 páginas 


  2. MacDonald, Ian. The new Shostakovich. [S.l.: s.n.] pp. 214, 218–19 


  3. New grove. [S.l.: s.n.] pp. 17:269 


  4. Volkov. [S.l.: s.n.] pp. 37–38 


  5. Macdonald, Ian. The new Shostakovich. [S.l.: s.n.] 216 páginas 


  6. Volkov, Solomon. Testimony. [S.l.: s.n.] 38 páginas 


  7. Volkov, Solomon. Testimony. [S.l.: s.n.] 39 páginas 


  8. DSCH. [S.l.: s.n.] pp. no. 12 p. 72 


  9. MadDonald, Ian. The new Shostakovich. [S.l.: s.n.] pp. 214–15 


  10. Citada por MacDonald, 215


  11. Macdonald, 215


  12. Figes, 261


  13. MacDonald, 217-218








Popular posts from this blog

Why not use the yoke to control yaw, as well as pitch and roll? Announcing the arrival of...

Couldn't open a raw socket. Error: Permission denied (13) (nmap)Is it possible to run networking commands...

VNC viewer RFB protocol error: bad desktop size 0x0I Cannot Type the Key 'd' (lowercase) in VNC Viewer...