Aurora Miranda Índice Biografia | Legado | Trabalhos | Referências Bibliografia | Ligações...
Nascidos em 1915Mortos em 2005Brasileiros de ascendência portuguesaNaturais da cidade do Rio de JaneiroCantores do Rio de JaneiroAtores do Rio de JaneiroCarmen Miranda
Rio de Janeiro20 de abril191522 de dezembro2005atrizcantorabrasileiraRádio Mayrink Veiga1932Philips1933Francisco AlvesCarmen Mirandadécada de 1930João de BarroLamartine BaboAlberto RibeiroEstados UnidosGuanabaraAndré Filho19341935193519361944Pato DonaldZé CariocaBando da Lua19521989Marília PeraCarmen MirandaRio de JaneiroJosué de BarrosCarmen MirandaRádio Mayrink VeigaRádio Philips1933Francisco AlvesNoel RosaBenedito LacerdaCarmen MirandaRádio Record1934André FilhoCidade maravilhosaEstado da Guanabara1937ArgentinaUruguaiBando da Lua19401956Ary Barroso199019941995Lincoln CenterNova Iorque1935Alô, Alô, BrasilAlô, Alô, CarnavalAdemar GonzagaCarmen MirandaThe Three Caballeros1944Pato DonaldZé CariocaPanchitoZé CariocaAry BarrosoPolítica da Boa VizinhançaAmérica LatinaFranklin Roosevelt1940Estados UnidosBrasil1952199022 de dezembro2005LeblonCemitério São João BatistaWalt DisneyPato Donaldobituário
Aurora Miranda | |
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Informação geral | |
Nome completo | Aurora Miranda da Cunha |
Nascimento | 20 de abril de 1915 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, RJ |
Morte | 22 de dezembro de 2005 (90 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ |
Cônjuge | Gabriel Richaid (1940—1990) |
Período em atividade | 1930—1989 |
Gravadora(s) | Odeon RCA Victor Continental Sinter |
Afiliação(ões) | Gabriel Alexandre Richaid Júnior (filho) Maria Paula Miranda da Cunha Richaid (filha) Carmen Miranda (irmã) Cecilia Miranda (irmã) |
Aurora Miranda da Cunha Richaid (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1915 — Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2005) foi uma atriz e cantora brasileira.
Estreou na Rádio Mayrink Veiga em 1932, transferindo-se logo para a Philips. Em 1933, em seu primeiro disco, gravou Cai, Cai, Balão, cantada em dupla com Francisco Alves. Além de fazer dupla com a irmã mais famosa Carmen Miranda, Aurora também teve sucesso como cantora na década de 1930, as duas irmãs imortalizaram a canção Cantores de Rádio (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro), no filme Alô, Alô Carnaval. Aurora e Carmen trabalharam no Cassino da Urca e moraram juntas nos Estados Unidos durante 12 anos.
Gravou Cidade Maravilhosa, hino oficial da extinta Guanabara, em dupla com o compositor André Filho, em 1934. Aurora também trabalhou nos filmes Estudantes (1935), Alô, Alô, Brasil (1935) e Alô, Alô, Carnaval (1936). No desenho animado Você Já Foi à Bahia?, de 1944, Aurora "atuou" com os personagens Pato Donald e Zé Carioca, graças a uma montagem que misturou filme e desenho animado.[1] Este filme concedeu a ela, junto com outros integrantes do Bando da Lua o título de primeiros seres humanos a contracenar com desenhos animados.
Voltou para o Brasil em 1952 e, quatro anos depois, regravou um LP com oito antigos sucessos, encerrando sua carreira de mais de 80 discos de 78 rotações. Aurora Miranda ainda voltou ao cinema em 1989, no filme Dias Melhores Virão convidada pela atriz Marília Pera.
Índice
1 Biografia
1.1 Carreira na música
1.2 Carreira no cinema
1.3 Vida pessoal
1.4 Morte
2 Legado
3 Trabalhos
3.1 Filmografia
3.2 Canções mais famosas
4 Referências
5 Bibliografia
6 Ligações externas
Biografia |
Carreira na música |
Nascida no Rio de Janeiro, sendo irmã mais famosa de Carmen Miranda. Assim como as outras irmãs (além de Carmen, havia também Cecília, que não seguiu carreira como cantora), gostava, desde pequena, de cantar em casa, alegrando os frequentadores da pensão que a mãe, a imigrante portuguesa[2] Maria Emília, dirigia no Rio de Janeiro.
A pedido do compositor e violonista Josué de Barros (lançador de Carmen Miranda), cantou, antes de completar 18 anos, um número na Rádio Mayrink Veiga; com o sucesso, passou a apresentar- se no Programa Casé, na Rádio Philips. Em 1933, gravou seu primeiro disco, pela Odeon, cantando em dupla com Francisco Alves a marcha Cai, cai, balão (Assis Valente) e o samba Toque de amor (Floriano Ribeiro de Pinho). O disco fez muito sucesso; assim, no mês seguinte, novamente com Francisco Alves, lançou pela mesma etiqueta o fox-trot Você só... mente (Noel Rosa e Hélio Rosa), que se transformou também em grande êxito.
Sempre pela Odeon, gravou a seguir os sambas Fala R.S.C. (José Evangelista) e Alguém me ama (Benedito Lacerda), e a marcha Se a lua contasse (Custódio Mesquita). Começou, então, a cantar em dupla com Carmen Miranda, apresentando-se em 1934 com ela, João Petra de Barros, Jorge Murad e Custóquio Mesquita na Rádio Record e no Teatro Santana, em São Paulo/SP. Ainda em 1934, fez sucesso com o samba Sem você (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) e o samba- canção Moreno cor de bronze (Custódio Mesquita), e lançou seu maior êxito, a marcha de André Filho Cidade maravilhosa, em dueto com o autor, que obteve o segundo lugar no concurso oficial de Carnaval de 1935 e em 1960 se tornou o hino oficial do antigo Estado da Guanabara.[3]
Em 1937 excursionou com Carmen à Argentina e ao Uruguai, apresentando-se com o Bando da Lua. Em 1940, em seu último disco na Victor, lançou o samba Paulo, Paulo (Gadé), em dupla com Grande Otelo (cujo nome não figura na etiqueta), e o maxixe Petisco do baile (Ciro de Sousa e Garcez).
Em 1956 apresentou- se no show de Carlos Machado Mr. Samba, em homenagem a Ary Barroso. No mesmo ano, regravou em LP pela Sinter oito antigos sucessos seus, e lançou dois discos pela Odeon, encerrando sua marcante carreira, em que deixou gravados 81 discos e 161 músicas em 78 rotações.
Em 1990 cantou o fox Você só... mente, no filme Dias melhores virão, de Carlos Diegues. Em 1994 regravou com Sílvio Caldas o samba Quando eu penso na Bahia (Ary Barroso e Luís Peixoto), dueto lançado no CD Songbook Ary Barroso (Lumiar).
Em 1995 apresentou-se em espetáculo em homenagem a Carmen promovido pelo Lincoln Center, em Nova Iorque. Na opinião de muitos, teria sido a melhor voz entre as irmãs Miranda. O destino a fez, no entanto, iniciar no rádio à sombra do sucesso da irmã mais velha. Esse fato foi, de certa maneira, um entrave para sua carreira, já que a então jovem cantora se tornou alvo de inevitáveis comparações. Foi das cantoras que mais discos gravaram na década de 1930, depois de sua irmã Carmen Miranda.[4]
Carreira no cinema |
Estreou no cinema, em 1935, trabalhando no filme Alô, Alô, Brasil, dirigido por Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual cantou Cidade maravilhosa, além de Ladrãozinho (Custódio Mesquita). No filme Alô, Alô, Carnaval, de 1936, dirigido por Ademar Gonzaga, cantou em dupla com Carmen Miranda, acompanhada pela Orquestra de Simon Bountman, a marcha Cantores de rádio (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro) e sozinha, com acompanhamento do regional de Benedito Lacerda, o samba Molha o pano (Getúlio Marinho e A. Vasconcelos).
No desenho animado "Você Já Foi à Bahia?" ("The Three Caballeros"), de 1944, Aurora interpretou a irmã, atuando com Pato Donald e seus amigos, Zé Carioca e Panchito. Juntos, eles conhecem a América em um tapete voador. O desenho é considerado um dos ícones da evolução dos efeitos especiais no cinema. O desenho que marca a primeira aparição de Zé Carioca traz Aurora cantando "Os Quindins de Iaiá", de Ary Barroso. Para alguns estudiosos, havia na época um pacto entre o governo americano e Hollywood para a produção de filmes da "Política da Boa Vizinhança", estratégia visando o avanço da influência dos EUA na América Latina durante a presidência (1933-1945) de Franklin Roosevelt.[5][6][7]
Vida pessoal |
Em 1940, aos 25 anos, Aurora Miranda da Cunha casou-se com seu noivo, o comerciante Gabriel Richaid, passando a assinar Aurora Miranda da Cunha Richaid. Ganhou de presente de casamento, de sua irmã Carmen, um vestido de noiva bordado a ouro feito nos EUA, um gesto que iria lembrar para o resto de sua vida. Aurora e Gabriel tiveram dois filhos: Maria Paula Miranda da Cunha Richaid e Gabriel Alexandre Richaid Júnior. Após alguns anos, com os filhos já crescidos, o casal decidiu morar nos Estados Unidos, próximo a residência de Carmen Miranda. Aurora e o marido voltaram a viver no Brasil em 1952. Ficou viúva em 1990, e não quis casar-se novamente.[8][9]
Morte |
Aurora Miranda morreu às 15 horas do dia 22 de dezembro de 2005 no bairro carioca do Leblon. Maria Paula Richaid, filha da cantora, disse que a morte foi tranquila, provocada pelos problemas de saúde naturais da sua idade (90 anos). Segundo Maria Paula, nos últimos três anos, Aurora foi perdendo progressivamente a vitalidade e a memória e, após uma pneumonia contraída há um ano e meio, "foi se apagando".
Foi sepultada no Cemitério São João Batista, próximo ao túmulo de Carmen.[10]
Legado |
Aurora Miranda criou seu próprio nicho, primeiro como cantora pioneira e, mais tarde, como o primeiro ser humano a interagir com desenhos animados em uma produção da Walt Disney. Ela apareceu no filme Você já foi à Bahia?, uma mistura de cinema e animação em que Aurora estrelou ao lado do Pato Donald.
Mas talvez o seu maior legado tenha sido a primeira gravação do hino não oficial do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa em 1934. Tom Philips escreveu em seu obituário para o jornal inglês The Guardian que Aurora Miranda "personificou o espírito do Rio".[11]
Trabalhos |
Filmografia |
Ano | Filme | Personagem | Notas |
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1935 | Alô, Alô, Brasil | Ela mesma | Performance: Cidade Maravilhosa e Ladrãozinho |
Estudantes | Ela mesma | Performance: Onde Está o Seu Carneirinho? e Linda Ninon | |
1936 | Alô Alô Carnaval | Ela mesma | Performance: Cantores de Rádio e Molha o Pano |
1939 | Banana da Terra | Ela mesma | Performance: Menina do Regimento |
1944 | Phantom Lady | Estela Monteiro | |
The Conspirators | Ela mesma | Participação especial (como cantora de fado) | |
1945 | Brazil | Ela mesma | Participação especial (como bailarina) |
Voce já foi à Bahia? | Aurora Miranda do Brasil | ||
Tell It to a Star | Ela mesma | Participação especial | |
1954 | Disneyland | Ela mesma | Episódio: A Present for Donald (arquivo de filme e voz) |
1978 | Mulheres de Cinema | Ela mesma | (arquivo de filme) |
1981 | Once Upon a Mouse | Ela mesma | |
1990 | Dias Melhores Virão | Aurora | |
1995 | Carmen Miranda: Bananas is my Business | Ela mesma | (Documentário) |
2009 | Cantoras do Rádio - O Filme | Ela mesma | (arquivo de filme) |
Canções mais famosas |
Acarajé... Ô, Ademar Santana e Leo Cardoso (com Carlos Galhardo) (1939)
Batatas Fritas, Augusto Garcez e Ciro de Sousa (1940)
Bibelô, André Filho (1934)
Cai, Cai, Balão, Assis Valente (com Francisco Alves) (1933)
Cantores do Rádio, Alberto Ribeiro, João de Barro e Lamartine Babo (c/Carmen Miranda) (1936)
Cidade Maravilhosa, André Filho (1934)
Deixa a Baiana Sambar, Portelo Juno e Valdemar Pujol (1937)
Dia Sim, Dia Não, Alberto Ribeiro (1938)
Fiz Castelos de Amores, Gadé e Valfrido Silva (1935)
Moreno Cor de Bronze, Claudionor Cruz (1934)
Onde Está o Dinheiro?, Francisco Mattoso, José Maria de Abreu e Paulo Barbosa (1937)
Risque, Ary Barroso (1952)
Roubaram Meu Mulato, Claudionor Cruz (1939)
Se a Lua Contasse, Custódio Mesquita (1933)
Sem Você, Sílvio Caldas e Orestes Barbosa (1934)
Teus Olhos, Ataulfo Alves e Roberto Martins (1939)
Trenzinho do Amor, Alberto Ribeiro e João de Barro (1937)
Vai Acabar, Nelson Petersen (1938)
Vem pro Barracão, Nelson Petersen e Oliveira Freitas (1938)
Você Só Mente, Hélio e Noel Rosa (com Francisco Alves) (1933)
Referências
↑ Pedro Leandro (9 de junho de 2014). «Pato Donald completa 80 anos, relembre alguns dos melhores momentos do personagem». Diário de Pernambuco
↑ Clarissa Pains (12 de abril de 2016). «Aurora Miranda, a irmã discreta da 'bombshell' Carmen». Jornal O Globo. Consultado em 29 de junho de 2016
↑ PUC - Rio. «Aurora Miranda grava Cidade Maravilhosa, de André Filho.». No Tempo. Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=
(ajuda)
↑ Dicionario da MPB. «Aurora Miranda - Biografia». Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=
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↑ Folha Online (23 de dezembro de 2005). «Irmã de Carmem Miranda morre aos 90 anos». Folha de S. Paulo. Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=
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↑ Folha Online (05 de agosto de 2005). «Mostra lembra 50 anos da morte de Carmen Miranda». Folha de S. Paulo. Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=, |data=
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↑ Filmes - Aurora Miranda
↑ Tom Philips (06 de março de 2006). «Aurora Miranda - Brazilian singer and actor, she personified the spirit of Rio». The Guardian. Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=, |data=
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↑ «Biografia de Aurora Miranda». LETRAS. Consultado em 02 de outubro de 2013 Verifique data em:|acessodata=
(ajuda)
↑ O Estado de S. Paulo (23 de dezembro de 2005). «Aurora Miranda morre aos 90 anos». O Tempo. Consultado em 19 de fevereiro de 2015
↑ Tom Philips (5 de março de 2006). «Obituary: Aurora Miranda». The Guardian. Consultado em 28 de outubro de 2017
Bibliografia |
- ALBIN, Ricardo Cravo. MPB: A História de um século. Editora: Funarte. Rio de Janeiro, 1997.
- AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
- CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
- EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1978.
- EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho.Editora: Instituto Nacional do Livro. Rio de Janeiro, 1982.
- MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
- MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Editora: Francisco Alves. Rio de Janeiro, 2000.
- SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora 34. São Paulo, 1997.
- VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.
Ligações externas |
Aurora Miranda (em inglês) no Internet Movie Database
Aurora Miranda (em inglês) no Find a Grave
Aurora Miranda (em Português) no Cinema Clássico
Aurora Miranda em Cantoras do Brasil- Homenagem a Aurora Miranda em Cinemabrasileiro.net