Casa do Rossio (Viseu) Bibliografia | Menu de navegação


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A Casa do Rossio, na cidade de Viseu, que também ficou conhecida por casa do conselheiro Afonso de Melo, o seu último mais ilustre proprietário, foi classificada como imóvel de interesse municipal em 2004. Foi mandada construir pelo conselheiro Dr. José Maria de Sousa de Macedo, do Conselho de Sua Majestade (20 de Setembro de 1888) e último presidente da Câmara Municipal de Viseu durante a Monarquia, que pouco depois, quando do seu casamento com D. Ana de Abranches de Lemos e Menezes, celebrado a 4 de Maio de 1871 na capela do Fontelo, nesta cidade, a vendeu a António Francisco Marques. Este, por sua vez, vendeu-a em 1888 a D. Elvira de Azevedo Coelho de Campos e seu marido o General Dr. José Victorino de Sousa e Albuquerque, Par do Reino, do Conselho de Sua Majestade, deputado às Cortes e último governador civil de Viseu durante a Monarquia, que era primo-direito da antedita D. Ana de Abranches de Lemos e Menezes.


Este último casal não deixou filhos, sendo herdeira da casa D. Paulina de Araújo Coelho de Campos, nascida a 22 de Outubro de 1878 em Viseu, enteada do General Dr. José Victorino e filha do primeiro casamento de sua mulher D. Elvira com o Dr. Henrique de Araújo Coelho de Campos. E foi esta D. Paulina que veio a casar com o conselheiro Dr. Afonso de Melo Pinto Veloso, nascido a 9 de Setembro de 1878 em Águeda, ministro da Justiça (1918) e da Instrução Pública (21 de Janeiro de 1920), presidente e juiz conselheiro de Supremo Tribunal de Justiça (1932), vice-presidente da Câmara Corporativa e da Câmara dos Deputados, senador (1917), governador civil do Funchal (1917), etc.


Situada frente ao Rossio de Viseu, a casa destaca-se não apenas pelo eclectismo da fachada, característico dos finais do século XIX, mas também por conservar a memória das reuniões de âmbito político e cultural que acolheu, gravitando em torno da figura do seu proprietário, o conselheiro General D. José Victorino de Sousa e Albuquerque, aí falecido a 30 de Dezembro de 1916, e depois de seu enteado e sucessor o conselheiro Dr. Afonso de Melo, que levou a cabo algumas reformas do imóvel, dando-lhe a configuração que hoje tem.


Com a morte do conselheiro Dr. Afonso de Melo, a casa teve sucessivas ocupações, que deterioraram fortemente o seu interior, a última das quais por um supermercado no piso térreo, com armazéns nos superiores. O imóvel acabou por ser adquirido pelo Grupo BCP, sendo hoje uma das sucursais do Millennium BCP em Viseu. O projecto de recuperação e adaptação, da responsabilidade do arquitecto João Paulo Farinha, data de 1989 e manteve a fachada, com o seu forte eixo central, mas do interior apenas conseguiu conservar as salas de música e de reuniões.


A fachada principal ergue-se em dois pisos separados por dupla cornija, com mansardas formadas por um vão central de aletas e volutas, com remate em frontão semicircular. O corpo central, em cantaria, destaca-se dos laterais também pela monumentalidade dos vãos. O portal no piso térreo é enquadrado por duas janelas, correspondendo-lhes no andar nobre três janelas de sacada. Os panos laterais têm uma janela em cada piso. Do lado direito, o quarto corpo caracteriza-se pelo arco abatido de acesso às traseiras, sobrepujado por três janelas maineladas.


A casa foi classificada como imóvel de interesse municipal por edital de 22 de Abril de 2004.



Bibliografia |



  • Soveral, Manuel Abranches de - «Sangue Real», Porto 1998.

  • Coelho, José - «Memórias de Viseu», Viseu 1941

  • Instituto Português do Património Arquitectónico




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