CCR Barcas Índice Serviço de transporte | Controvérsias | Referências Ligações externas | Menu de...


Grupo JCAGrupo CCREmpresas de transportes públicos do estado do Rio de JaneiroEmpresas fundadas em 1998Empresas de navegação do BrasilTransportes de Niterói


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CCR Barcas

CCR Barcas


Passageiros deixando a barca Gávea I; à direita, a logomarca da empresa gravada na embarcação.
Gênero

transporte hidroviário
Fundação



  • 1998 (1998) (como Barcas S/A)

  • 2012 (2012) (como CCR Barcas)



Encerramento

 ()
Sede

Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no  Brasil
Área(s) servida(s)

Baía de Guanabara
Baía de Sepetiba
Locais



  • Rio de Janeiro

  • Niterói

  • Angra dos Reis

  • Mangaratiba



Proprietário(s)




  • Grupo JCA (1998–presente)


  • Grupo CCR (2012–presente)



Serviços
Transporte aquaviário de passageiros
Acionistas

Grupo CCR (80%) e Grupo JCA

Website oficial

www.grupoccr.com.br/barcas

A CCR Barcas é uma empresa concessionária privada brasileira de transporte aquaviário. Desde 2 de julho de 2012, ela opera as linhas de barcas dos municípios de Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro.




Índice






  • 1 Serviço de transporte


    • 1.1 História do serviço


      • 1.1.1 Antes das barcas


      • 1.1.2 Companhia de Navegação de Niterói


      • 1.1.3 Companhia Nictheroy & Inhomerim


      • 1.1.4 Companhia Ferry e Barcas Fluminenses


      • 1.1.5 Cantareira


      • 1.1.6 Revoltas populares e estatização


      • 1.1.7 Construção da Ponte Rio–Niterói


      • 1.1.8 Barcas S/A


      • 1.1.9 CCR Barcas




    • 1.2 Tabela do sistema


    • 1.3 Frota




  • 2 Controvérsias


    • 2.1 CPI das Barcas




  • 3 Referências


  • 4 Ligações externas





Serviço de transporte |






































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Sistema de barcas do Rio de Janeiro

Grupo CCR - Logo.svg
Logomarca do Grupo CCR acima e a estação das barcas em Niterói.

Niterói - Estação das Barcas.JPG
Informações

Local
litoral do Rio de Janeiro

Tipo de transporte

Transporte aquaviário

Número de linhas
Seis

Número de estações
Oito

Chefe executivo
Márcio Roberto de Moraes e Silva

Website

www.grupoccr.com.br/barcas/

Headway
10 a 30 minutos


História do serviço |



Antes das barcas |


Há milênios, as águas do litoral fluminense já eram singradas pelas canoas indígenas.[1][2] Desde o século XVII, pequenas embarcações a remo ou a vela, chamadas de faluas, navegavam o interior da Baía da Guanabara fazendo o transporte de víveres e de pessoas entre os povoados localizados no interior da mesma. Quase sempre, o destino final da produção agrícola daquelas localidades era o Rio de Janeiro, capital e principal cidade da colônia desde 1763, cujos principais portos se localizavam nas águas abrigadas da Baía.


Em 1779, por ordem do vice-rei Marquês do Lavradio, foram contabilizadas 22 lanchas e 10 saveiros, que realizavam viagens frequentes entre o então Saco da Boa Viagem (atualmente a região das praias das Flechas, Itapuca e Icaraí) e a capital colonial. De São Domingos à Praia Grande, havia mais cinco lanchas e 18 saveiros. Os locais de atracação eram dois em Mata-Porcos (Icaraí), dois em Maruí, sete na Vala (São Lourenço) e três no Barreto. Com o passar do tempo, os locais de partida e de chegada foram se restringindo às praias com águas mais calmas, que acabaram sendo denominadas de "portos": Mata-Porcos, das Faluas (atual Praça Arariboia), Maruí e Barreto.[3]


No ano de 1817, o governo real concedeu as primeiras permissões para a navegação a vapor (então uma tecnologia recente) na Baía. No entanto, não apareceriam interessados na exploração daquela concessão pelos próximos anos. Em 1819, Dom João VI elevou Praia Grande à categoria de "Vila Real". E a antiga "Rua Direita da Conceição", que desembocava junto ao Porto das Faluas, se tornou o centro comercial da localidade, aumentando a movimentação de embarcações naquele atracadouro e criando uma espécie de ponte marítima entre Praia Grande e o Rio de Janeiro, que cada vez mais consumia produtos oriundos do outro lado da Baía.


Em 1834, a Vila Real de Praia Grande foi elevada à condição de município e passou a ser a capital da Província do Rio de Janeiro com o novo nome de Niterói a partir do ano seguinte. Mesmo ano em que finalmente se inicia a exploração comercial da rota entre a nova capital e a então Corte Imperial por uma empresa particular, de acordo com um novo decreto de concessão de 9 de outubro de 1833.[4]



Companhia de Navegação de Niterói |


A "Companhia de Navegação de Niterói" foi criada em 14 de outubro de 1835. A primeira embarcação a fazer a travessia foi o vapor inglês "Especuladora", que, juntamente com as barcas "Nictheroyense" e "Praiagrandense", formavam a totalidade da frota. Cada vapor tinha capacidade para 250 passageiros, que atravessavam a Baía entre o Cais Pharoux (atual Praça XV de Novembro) e a Praça Martim Afonso (atual Praça Arariboia) em 30 minutos de viagem. A tarifa normal custava 100 réis nos dias úteis e 160 réis aos domingos e feriados. Após as 18 horas, todas as tarifas subiam para 320 réis. Os escravos pagavam 80 réis nos dias normais e 100 após as 18 horas. As cargas eram tarifadas de acordo com o arbítrio do cobrador. João Mourrissy foi o primeiro diretor da Companhia.[5]


Em 23 de maio de 1844, ocorreu o primeiro acidente grave do sistema. A pioneira "Especuladora" explodiu após um problema com sua caldeira. Cerca de 70 passageiros morreram e outros 50 ficaram feridos.



Companhia Nictheroy & Inhomerim |


Em 1840, foi fundada a "Companhia Inhomerim", que passou a explorar o serviço de transporte marítimo entre o Porto das Caixas, em Itaboraí e o Porto de Estrela (localidade no atual município de Magé). Desejando aumentar a capacidade de transporte entre o Rio de Janeiro e Niterói, o Governo Imperial fez um decreto em 1851 autorizando essa companhia a concorrer com as barcas da "Sociedade Navegação de Niterói". A concorrência não durou muito, e em março de 1852 ambas as empresas se fundiram, sob a nova denominação de "Companhia Nictheroy & Inhomerim" (grafia da época). Com o incremento, foram criadas novas linhas ligando o Largo do Paço até a Praia de Botafogo (na altura da Rua São Clemente) e os bairros da Ilha do Governador, Paquetá, Catete e Inhaúma. Nesta época, havia nove embarcações realizando as travessias: Santa Cruz; Restauração; São Clemente; Botafogo; Petrópolis; Ponta d'Areia; Inhomerim; Nictheroy e São Domingos.



Companhia Ferry e Barcas Fluminenses |


Em 1853, o empresário norte-americano Clinton Van Tuyl chega ao Rio de Janeiro disposto a trazer embarcações semelhantes às balsas do Rio Mississipi, mais modernas que as utilizadas pela "Companhia Nictheroy & Inhomerim", que detinha o privilégio de exclusividade na exploração do serviço até 1861. Aproveitando-se do clima de insatisfação dos usuários para com a qualidade dos serviços prestados pela "Nictheroy & Inhomerim", Van Tuyl passou a pleitear a quebra do monopólio das barcas através de artigos publicados na imprensa fluminense. Mas seria outro norte-americano, Thomas Rainey, que conquistaria o direito de fundar uma nova empresa de transporte aquaviário na Baía da Guanabara. Rainey, um sulista exilado pela Guerra Civil Americana, alegou que a ideia original de trazer balsas do tipo ferry para a ligação Rio/Niterói era sua, e que Clinton Van Tuyl seria apenas um preposto seu. A polêmica entre os dois compatriotas duraria até 1858, quando ambos se reuniram em Nova York. Van Tuyl vendeu para Rainey a empresa que já havia sido criada no Brasil, e o segundo retornou ao Rio de Janeiro, a fim de esperar o término do privilégio de exclusividade da "Nictheroy & Inhomerim".


Em 29 de junho de 1862, são finalmente inaugurados os serviços da "Companhia Ferry". Com barcas de proa dupla, maquinário mais rápido e mais capacidade de transporte de carros e passageiros, as barcas de Thomas Rainey logo se tornaram as favoritas dos usuários. Com isso, a "Companhia Nictheroy & Inhomerim" não suporta a concorrência e fecha três anos depois. A "Companhia Ferry" também investiu no conforto de seus passageiros, construindo uma moderna estação na Praia de Dom Manoel, no Rio de Janeiro, cujo prédio seria utilizado até a primeira década do século seguinte. À inauguração do serviço, compareceram Dom Pedro II, acompanhado de sua Família Imperial e um séquito de 1 600 pessoas que incluía ministros e senadores. Também foram construídas novas pontes de atracação em Niterói, uma no bairro de São Domingos e outra em frente à Rua Marquês de Caxias.


No entanto, logo após a falência da "Nictheroy & Inhomerim", a "Ferry" também passou a ser alvo de reclamações da população, por conta dos aumentos tarifários e de sua tabela de horários, que cessava às 22 horas. E, assim como antes, as reclamações propiciaram o surgimento de mais um empreendedor disposto a concorrer pela preferência dos usuários: o alemão Carlos Fleiuss, que, em 6 de janeiro de 1870, inaugura os serviços de sua "Companhia Barcas Fluminenses", novamente com a presença de Dom Pedro II, e contando com três embarcações: Côrte, São Domingos e Nictheroy. Graças à concorrência mútua, as tarifas diminuíram de valor, ocasionando um aumento considerável na quantidade de viajantes. Mas a competição também gerou preocupações às autoridades, por conta da rivalidade dos mestres de navegação de ambas as empresas, que apostavam corridas e praticavam todo tipo de manobras imprudentes durante as viagens.


A "Companhia Ferry" existiu até o final do Império, tendo, anos antes, sido vendida ao comendador Antônio Martins Lage. E, em 1877, após dificuldades financeiras, a "Barcas Fluminenses" seria incorporada pela própria "Ferry", que, assim, recuperou seu monopólio.[6]



Cantareira |


Às vésperas da Proclamação da República, em 1 de outubro de 1889, a "Companhia Ferry" se funde com a "Empresa de Obras Públicas no Brasil" (EOPB), responsável pelo abastecimento de água e pelo serviço de carris em Niterói, formando a "Companhia Cantareira e Viação Fluminense" (CCVF), com onze embarcações: Primeira; Segunda; Terceira; Quarta; Quinta; Sexta; Sábado; Dona Isabel e mais três que pertenciam à antiga EOPB. Em 1894, foi implementada a iluminação elétrica a bordo. Em 1902, a companhia foi remodelada, passando a ser administrada pelo capitalista luso-brasileiro Visconde de Moraes, que, em 1908, se associou aos britânicos proprietários da "Leopoldina Railway". Em julho daquele mesmo ano, foi inaugurada a nova estação de passageiros em Niterói, e iniciou-se a construção de um novo terminal no Rio de Janeiro, em substituição àquele construído por Thomas Rainey.[7]


Em 6 de janeiro de 1895, ocorreu o segundo grande acidente das barcas, quando uma instalação elétrica mal feita incendiou a "Terceira", matando cerca de 200 pessoas. Em 26 de outubro de 1915, nova tragédia: a barca "Sétima" naufragou nas proximidades da Ponta d'Areia, após se chocar contra uma rocha, matando 28 passageiros, quase todos alunos do Colégio Salesiano de Niterói em excursão, que voltavam de um desfile em homenagem ao cardeal Arcoverde.



Revoltas populares e estatização |


Desde o final do século XIX, o serviço era alvo de constantes críticas da imprensa, por conta de atrasos e de problemas nas embarcações. Em dezembro de 1925, o preço das passagens aumentou para 600 réis (ida e volta). Houve várias revoltas populares, com a vandalização da estação de Niterói e a depredação de embarcações. As barcas "Nichtheroy", "Sétima" e "Gragoatá" foram bastante danificadas na ocasião.


Em 1959, houve a maior de todas as revoltas populares contra as barcas. Populares se voltaram contra a família Carreteiro, proprietária da CCVF e também das companhias "Frota Carioca" e "Frota Barreto", incendiando primeiramente a estação de Niterói, e depois atacando as residências dos acionistas da empresa. Nos confrontos com as tropas do Exército que foram acudir a polícia, foram mortas seis pessoas e outras 118 ficaram feridas. A Revolta das Barcas, como o episódio ficou conhecido, acabou por provocar a estatização do serviço.


Nos dias seguintes após a "Revolta das Barcas", o Governo Federal cassou a concessão particular do serviço e disponibilizou embarcações da Marinha para a travessia dos passageiros. Em 1962, através do decreto Nº 825, foi criada a "Serviços de Transporte da Baía da Guanabara" (STBG), vinculada ao Ministério da Viação e Obras Públicas, que encampou as embarcações pertencentes às companhias "Frota Carioca", "CCVF" e "Frota Barreto". Naquele mesmo ano, o Arsenal de Marinha iniciou o projeto de novas lanchas – embarcações monocasco com capacidade para dois mil passageiros e propelidas por dois motores de 745 cavalos-vapor. Até 1965, seriam construídas as barcas "Vital Brazil", "Santa Rosa", "Martim Afonso", "Visconde de Morais", "Paquetá" e "Icaraí". As quatro lanchas oriundas da antiga "Frota Barreto" continuaram em uso por mais alguns anos: "Alcântara", "Itapuca", "Fonseca" e "Ingá". Estas lanchas tinham capacidade para 500 passageiros. As quatro lanchas de mil lugares da antiga "Frota Carioca" também foram utilizadas pela STGB: "Lagoa", "Neves", "Maracanan" e "Itaipu". Da antiga CCVF, foram mantidas as velhas barcas a vapor "Terceira" e "Guanabara", com mais de 50 anos de uso, e também as lanchas "Gávea" e "Leblon", com capacidade para 800 passageiros.



Construção da Ponte Rio–Niterói |


A partir da década de 1960, as barcas entre Rio e Niterói se tornaram o sistema hidroviário mais carregado do mundo, com mais de 180 mil passageiros transportados todos os dias. Tal situação acelerou a necessidade de uma ligação alternativa entre as duas cidades.


Desde o século anterior, já se imaginava a construção de uma ponte cortando a Baía da Guanabara, mas foi somente no final dos anos 1960 que se iniciou a construção da via, inaugurada em 4 de março de 1974. A Ponte Rio-Niterói provocou a extinção do sistema de balsas para automóveis e caminhões, que era explorado por companhias particulares que não haviam sido afetadas pela estatização.


Em 1977, como parte do processo de fusão entre os Estados do Rio de Janeiro e a antiga Guanabara, o Governo Federal transferiu o serviço de barcas para a esfera estadual. A STBG passou a se chamar "Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro" (CONERJ). Com viagens superlotadas e sucateamento das embarcações, a CONERJ recebia constantes críticas da população e da imprensa pelos serviços prestados.



Barcas S/A |




Barca Neves V em 2011 com a logomarca da Barcas S/A.


Em 1998, em meio ao processo de reformas econômicas de liberalização e desestatização empreendido pelo então governador Marcello Alencar, a CONERJ foi privatizada. Assumiu um consórcio de empresas de transporte rodoviário que renomeou a empresa com o nome de "Barcas S/A". Foram feitos investimentos imediatos na melhoria do serviço e na reforma das oito embarcações legadas pela antiga CONERJ. Ao longo do ano seguinte, cerca de 70% da frota passou por revisões e reformas, e a operação na linha Rio–Niterói passou a contar com oito embarcações ao invés das três anteriores.


Em 2000, dando continuidade às reformas e reestruturação da empresa, foi reformado o terminal da Praça XV, o que incluiu a restauração completa do prédio histórico, além da recuperação das áreas marítimas da estação, pontes, flutuantes e estacas. Neste mesmo ano, a Barcas S/A foi certificada segundo normas da ISO 9001. Em 2001, a concessionária adaptou e destinou uma embarcação para recolher, diariamente, o lixo flutuante nos arredores das pontes de atracação e nas rotas náuticas das embarcações. A barca "Cata-Lixo", como foi nomeada, recolhia, em média, 500 quilogramas de lixo por dia e se tornou um projeto ambiental de referência. Em 2002, foi reformada a estação de Paquetá.


Em 2003, o estaleiro Barcas-Rodriquez foi inaugurado, marcando o processo de reativação da indústria naval fluminense. Para atender à fabricação das novas embarcações, foi feita a reforma do antigo Estaleiro Cruzeiro do Sul. A tradicional cerimônia do batimento de quilha deu início aos trabalhos e à construção do catamarã "Zeus" no local. Naquele mesmo ano, também se inaugurou o "Centro de Tecnologia Aplicada Cecília de Souza Antunes" (CTA), a fim de treinar e formar mão de obra qualificada destinada à construção das novas embarcações da empresa.


O ano de 2004 foi marcado pela inauguração de uma nova linha seletiva: Rio–Charitas. Nos primeiros dois meses de operação, cerca de cinco mil usuários já eram transportados por dia. O primeiro catamarã construído no estaleiro Barcas-Rodriquez, o "Zeus", com capacidade para 238 pessoas, era equipado com ar-condicionado. Ao "Zeus", se seguiram as lanchas "Apolo" e "Netuno". O novo terminal hidroviário construído na Praia de Charitas foi projetado por Oscar Niemeyer e se tornou uma atração turística. Com dois mil metros quadrados e 700 metros quadrados de vidro para compor o salão panorâmico de embarque de passageiros, o espaço abriga lojas de conveniência e restaurante com vista panorâmica da enseada e da Baía de Guanabara. Um dos destaques de Charitas é o recuo da estação em relação à linha d'água e a construção de um píer sobre estacas com o objetivo de minimizar o impacto ambiental. Em 2005, teve início a integração entre modais na cidade de Niterói. As empresas Ingá, Miramar e 1001 participaram da iniciativa que visa a oferecer mais conforto e economia aos passageiros da linha seletiva Rio–Charitas.


Em 2006, a linha Praça XV–Cocotá substituiu a antiga linha Rio–Ribeira, com o objetivo de facilitar o acesso aos usuários da Ilha do Governador, por estar estrategicamente posicionada no centro da ilha. A integração entre modais, com uma tarifa promocional entre barcas e ônibus que operam na Ilha, também foi oferecida aos usuários no início da operação em Cocotá. A inauguração de dois catamarãs sociais, o "Gávea I" e o "Ingá II", também ocorreu naquele ano. Com tecnologia e design italianos, as embarcações, que possuem dupla proa, eliminaram a necessidade de manobra e reduziram o tempo de viagem na linha Rio–Niterói para 12 minutos. Com capacidade para 1 300 passageiros (900 sentados e 400 em pé), o catamarã social possui circuito interno de televisão, poltronas acolchoadas e um moderno sistema computadorizado de monitoramento e navegação. Em 2007, foi inaugurado o terceiro catamarã social, "Urca III", que seguiu os mesmos padrões de conforto e segurança dos anteriores. Nesse mesmo ano, foi contratada uma empresa especializada em gestão para impulsionar o desenvolvimento da concessionária e implantar um novo modelo de gestão com foco no cliente.


Em 2008, a "Barcas S/A" inaugurou seu Centro de Controle Operacional (CCO), que permitiu precisar, em tempo real, os horários de partida e chegada das embarcações, a localização das barcas e catamarãs, sua velocidade, destino e o número de passageiros presentes em cada uma delas. Neste mesmo ano, foi lançado o quarto catamarã social, o "Neves V", completando todas as ações projetadas para os primeiros dez anos da concessionária. No mês de maio deste ano, a barca "Boa Viagem" também foi completamente reformada.


2009 começou com a entrada da embarcação "Pégasus" na operação. O catamarã, com capacidade para 174 passageiros, inaugurou uma nova fase no serviço prestado nas linhas Praça XV–Cocotá e Praça XV–Paquetá, reduzindo o tempo do percurso em cerca de 20 minutos e oferecendo mais conforto aos usuários. Em agosto, o catamarã "Express Macaé", originalmente construído para navegação em alto-mar, readaptado no estaleiro da concessionária para trabalho em baía, foi incluído na malha de viagens. Ao longo de todo o período, também foram feitas melhorias nas instalações das estações Praça XV e Praça Arariboia. A adaptação das estações e embarcações às necessidades de pessoas com deficiência, realizada no mesmo ano, recebeu um prêmio da Prefeitura de Niterói.



CCR Barcas |


Em 2012, 80% do capital da Barcas S/A foram adquiridos pelo Grupo CCR, que rebatizou a empresa com o nome de "CCR Barcas". A nova formação empresarial realizou obras de expansão no terminal de Niterói e de modernização nos terminais da Praça XV, Charitas, Paquetá e Cocotá. Também foram adquiridas novas lanchas e catamarãs, aumentando a capacidade de transporte de passageiros. Em 2013, foram investidos 39,5 milhões de reais em aportes (26 milhões de reais em obras e 13,5 milhões de reais em equipamentos). Em 2014, foram 21 milhões de reais (11,6 milhões de reais em obras e 9,4 milhões de reais em equipamentos). Mas, a partir de 2015, o valor investido caiu para 8,6 milhões de reais (7,4 milhões de reais em obras e 1,2 milhão de reais em equipamentos), sinalizando problemas de arrecadação.[8] No final de 2016, após uma drástica redução do quadro de funcionários, a empresa anunciou que desejava a rescisão do contrato com o governo estadual, alegando "descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente".[9] Após um impasse de meses, a Justiça do Rio de Janeiro anulou o contrato de concessão do serviço de barcas.[10] A decisão foi anunciada na mesma semana em que o governo estadual divulgou novos estudos para linhas aquaviárias ligando o Centro do Rio de Janeiro à Baixada Fluminense.[11][12]



Tabela do sistema |



























































Linha
Terminais
Inauguração
Distância (m)
Duração das viagens (min)
Funcionamento
Rio de Janeiro ↔ Niterói
Praça XV
Praça Arariboia
A partir de 1998
5 000
20
Diariamente, das 6h15 às 23h30
Rio de Janeiro ↔ Paquetá
Praça XV
Paquetá
A partir de 1998
19 180
70
Diariamente, das 4h45 às 23h50
Mangaratiba ↔ Ilha Grande
Mangaratiba
Abraão
A partir de 1998
24 100
80

Dias úteis, das 7h30 às 22h; finais de semana e feriados, das 8h às 17h30
Angra dos Reis ↔ Ilha Grande
Angra dos Reis
Abraão
A partir de 1998
23 890
80
Dias úteis, das 11h15 às 16h; finais de semana e feriados, das 10h às 13h30
Rio de Janeiro ↔ Cocotá
Praça XV
Cocotá
A partir de 2006
13 700
55
Dias úteis, das 6h30 às 20h (exceto sextas, das 6h30 às 22h)
Rio de Janeiro ↔ Charitas
Praça XV
Charitas
A partir de 2004
8 140
20
Dias úteis, das 6h às 21h30


Frota |



Ver artigo principal: Frota da CCR Barcas

A frota da CCR Barcas é composta por 19 embarcações, sendo 13 catamarãs e 6 barcas. Somadas, possuem capacidade para 19 819 passageiros.



Controvérsias |



CPI das Barcas |


Em fins de 2008, antes de o grupo CCR assumir o controle acionário da concessionária Barcas S/A, quando adquiriu 80% das ações da empresa, foi instaurada, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). A "CPI das Barcas", como foi chamada, foi deflagrada por um acidente ocorrido na estação Paquetá, onde 25 pessoas ficaram feridas devido à queda de uma rampa de acesso às embarcações.[13]


Presidida pelo deputado estadual Gilberto Palmares, a CPI teve, como principal objetivo, averiguar não apenas as causas deste e de outros acidentes, mas também o descumprimento de alguns pontos do contrato de concessão, como a disponibilização de um número de vagas inferior ao previsto em horários de pico.[14]


No relatório final da CPI, aprovado em 9 de junho de 2009 (e votado em agosto), foram apresentadas 64 propostas, dentre as quais o retorno da barca nos horários da madrugada, a redução da tarifa em certos trechos e a construção de estações no porto do Rio de Janeiro e em São Gonçalo[15] (que representa aproximadamente 40% dos passageiros que fazem a travessia Praça XV-Niterói[16]). Além dessas recomendações, o relatório apresentou, ainda, regras para que, em futuros contratos de concessão, seja proibido o controle acionário por parte de investidores de modais concorrentes,[15] numa referência ao fato de o principal acionista da Barcas S/A (com 53% das ações da concessionária) ser o Grupo JCA.[14]


No dia 2 de julho de 2012, o Grupo CCR assumiu o controle acionário da concessionária Barcas S/A, adquirindo 80% das ações da empresa. Com a chegada da CCR, um dos maiores grupos privados de concessões de infraestrutura da América Latina, a concessionária passou a se chamar CCR Barcas, com a promessa de iniciar uma série de melhorias para o início de uma nova fase na prestação do serviço.



Referências




  1. BUENO, E. Brasilː uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 80.


  2. STADEN, H. Duas viagens ao Brasil. Tradução de Angel Bojadsen. Porto Alegre, RS. L&PM. 2010. 192p.


  3. Revista Marítima, 1919


  4. «História de Niterói». www.culturaniteroi.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2017 


  5. Jornal do Commercio, 14/10/1835


  6. "Casa do Rio de Janeiro - História dos serviços públicos urbanos no Rio de Janeiro"


  7. REVISTA DA SEMANA, "O Centenário das Barcas de Nictheroy", 13/10/1934.


  8. «Investimento da CCR em barcas foi de cerca de R$ 500 mil em nove meses de 2016». O Globo. 29 de janeiro de 2017 


  9. «CCR: CCR Barcas pede rescisão de contrato de concessão com Estado do Rio - ISTOÉ DINHEIRO». ISTOÉ DINHEIRO. 16 de dezembro de 2016 


  10. REDAÇÃO. «Portos e Navios - Justiça do Rio anula contrato da CCR Barcas» 


  11. «Nova licitação das barcas prevê trecho até Duque de Caxias, na Baixada Fluminense». Extra Online 


  12. «Nova licitação das barcas do RJ terá linhas para Caxias e São Gonçalo». G1 


  13. «G1 > Edição Rio de Janeiro - NOTÍCIAS - Alerj decide criar CPI das Barcas». g1.globo.com. Consultado em 20 de agosto de 2017 


  14. ab «BARCAS SA NÃO USOU TODA VERBA OBTIDA NO BNDES PARA INFRAESTRUTURA». Jusbrasil 


  15. ab CPI propõe redução imediata das tarifas


  16. Deputado questiona uso de verba do governo para manutenção de barcas antigas



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